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Foto do escritorPará Comunica

Em tempos de pandemia, especialistas destacam a importância dos cuidados com a saúde mental


Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil já ocupa o segundo lugar no ranking de países com maior índice de depressão das Américas e a cada 45 minutos uma pessoa comete suicídio. No mundo, esse número sobe para 1 pessoa a cada 40 segundos.


Se antes a conscientização sobre saúde e adoecimento mental já eram extremamente relevantes, o surgimento da pandemia intensificou a necessidade de debates sobre o tema.


Para Marcelo Moreira, psicólogo e coordenador do curso de Psicologia da Estácio, protocolos de segurança rigorosos como o distanciamento e isolamento social, além do luto e incertezas do período são alguns dos fatores que podem corroborar para quadros de ansiedade e depressão em qualquer jovem, criança ou adulto. “Hoje, nós nos encontramos em uma situação adversa na qual ninguém se preparou para estar. De uma hora para outra, mudamos nossa rotina, nossos hábitos e tivemos que parar de ver nossos familiares e amigos com o objetivo de diminuir a contaminação por Covid-19. Nesse sentido, é natural que haja uma fragilidade emocional e psicológica maior”, explica ele.


Em 2021, a chegada da campanha do Setembro Amarelo, idealizada e realizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), ganha um novo significado com a pandemia e busca ampliar o acesso da população brasileira a informações e desmistificar os tabus existentes em torno do suicídio e outros sinais de adoecimento psicológico. Para estudiosos, alguns destes indicativos são a mudança repentina e radical no humor e nas decisões, descuidos com a higiene pessoal, alterações no sono e no apetite, bem como o próprio isolamento em relação aos parentes e amigos.


Na opinião de Leopoldo Moraes, enfermeiro, doutor em Neurociências e docente da Faculdade Faci, outro viés a ser analisado é o preconceito e os mitos existentes com as questões psicológicas do ser humano. “Na psiquiatria e na psicologia, por exemplo, percebemos muitos estigmas sobre o assunto. Discursos como ‘não preciso procurar por médico porque não estou doido’ são latentes, como se só fosse necessário buscar um olhar especializado em casos seríssimos de transtorno mental. A sociedade precisa compreender e saber diferenciar que prezar pela saúde mental é algo que você faz para o seu bem-estar e isso significa cuidar de si de forma preventiva. Ou seja, até mesmo aqueles que não apresentam nenhum grau de sofrimento emocional podem sim buscar atendimento, pois a escuta é sempre fundamental”, afirma.

Atuação em meio à pandemia - Bem próximo do mês do Setembro Amarelo, nesta quinta-feira, dia 27 de agosto, celebra-se o Dia do Psicólogo. A profissão existe oficialmente no Brasil há menos de 100 anos e é de grande valia na luta da prevenção ao suicídio, bem como no tratamento de transtornos emocionais, comportamentais e psicológicos. “Mesmo com a internet e a chegada das redes sociais, que possibilitaram o aumento de procura a este profissional na quarentena, torna-se vital salientar que os psicólogos são a melhor fonte de informação especializada para qualquer pessoa que deseja atravessar os momentos de insegurança advindos com a Covid-19. Nunca uma profissão se fez tão necessária”, diz Leopoldo.


“É um lembrete de que nós, sem dúvida alguma, merecemos um reconhecimento maior das políticas públicas de saúde. Nossas pesquisas são relevantes para a população não só no contexto atual. A psicologia sempre foi importante, e a escuta, um olhar treinado e qualificado podem, sem dúvidas, fazer a diferença na vida de uma pessoa em situação de sofrimento e de qualquer cidadão que deseje aumentar a sua qualidade de vida”, conclui Marcelo Moreira.



Por Assessoria de Imprensa.


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